Uma pesquisa divulgada esta semana pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que o número de mulheres em cargos de liderança aumentou de 35,7% para 39,1%, entre 2013 e 2023. No mesmo período, o estudo “Mulheres no Mercado de Trabalho” constatou um aumento de 62,6% para 66,6% na empregabilidade feminina.
Gerente da Magno Pedro Empreendimentos Imobiliários, de Juazeiro do Norte, a administradora Nara Castro ocupa o cargo de gestão há oito anos. Ela afirma que, mesmo passado todo este tempo ocupando uma posição de liderança, ainda precisa se impor em vários momentos para ser respeitada. “Em situação recente, um cliente se exaltou, gritou comigo e com as atendentes e eu tive que intervir. Ele estava desrespeitando a mim e as minhas colegas de trabalho, então precisei pedir respeito. A gente merece esse respeito, independente da função”, destaca.
O estudo da CNI ainda revelou que mulheres que ocupam cargos de liderança precisam estudar por mais tempo que profissionais do sexo oposto na mesma posição: em média, as líderes levam 12 anos buscando se qualificar para o mercado, enquanto os homens 10,7 anos.
Mestra em Desenvolvimento Regional Sustentável pela Universidade Federal do Cariri e Especialista em Gestão de Serviços de Saúde Pública e Privada, a ex-diretora Geral do Hospital Regional do Cariri por 12 anos e atual Diretora de Operações do Hospital Unimed Cariri, Demostênia Rodrigues conta que precisou vencer alguns preconceitos quando passou a liderar equipes e que, apesar do extenso currículo de estudos e experiência profissional, ainda se depara com situações em que suas competências são colocadas à prova. “Principalmente por que além de ser mulher, sou negra e enfermeira e, com essas características, naturalmente, precisei vencer alguns preconceitos. Mas com um belo sorriso no rosto, humildade e capacidade de argumentação como armas, conquistei o reconhecimento necessário para me manter líder na área da saúde em nossa região”.
Outro índice levantado pela pesquisa da CNI foi o de paridade salarial, que saltou de 72% em 2013 para 78,7% em 2023. A diferença salarial entre mulheres e homens tende a diminuir nos próximos anos graças ao Projeto de Lei 1.085/2023, sancionado ano passado, que estabelece medidas para tornar os salários mais justos e aumentar a fiscalização, tornando mais fácil os processos para garantir a igualdade salarial.
Paulo Brito / Agência Cariri
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