Ao longo desta semana, o curso de Jornalismo da Universidade Federal do Cariri (UFCA) promove uma série de debates abertos ao público para marcar as comemorações do Dia da Democracia, celebrado em 25 de outubro. A data foi escolhida por ser o aniversário de morte do jornalista Vladimir Herzog, preso, torturado e assassinado por lutar contra a censura e a ditadura militar. A programação completa, que inclui mesas-redondas, oficinas, exposição fotográfica e mostra de fanzines e lançamento de livros, faz parte da VI Semana de Jornalismo do Cariri, que será aberta oficialmente nesta terça-feira (18), às 18h30, no auditório do Campus da UFCA em Juazeiro do Norte.

Embora as inscrições online para a Semana de Jornalismo tenham encerrado nesse domingo (16), o público interessado pode assistir as apresentações mesmo sem ter realizado a inscrição (sem direito a certificado). Toda a programação é gratuita e não é necessário ser estudante ou servidor da UFCA para participar. Com o tema “Mídia e Democracia”, a Semana de Jornalismo do Cariri vai discutir questões como fake news, censura, violência, perseguição e ataques à liberdade de expressão.

Maior evento na área do Jornalismo realizado na região do Cariri cearense, a Semana de Jornalismo promovida pela UFCA atrai pesquisadores, jornalistas, professores e estudantes de diferentes partes do país. Este ano, o evento contará com a presença de nomes como o atual coordenador de diversidade e inclusão de aprendizagem do banco digital Nubank, Filipe Roloff, que está vindo de São Paulo para participar das discussões. Considerado um dos líderes LGBTs mais influentes e promissores pelo jornal britânico Financial Times em 2017, educador, estrategista e consultor em Diversidade e Inclusão, ele vai abordar a questão da inclusão e o poder da diversidade na reconexão social.

Outro nome confirmado é o do professor Raimundo Nonato de Lima, do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC) que atuou por 15 anos na direção da rádio universitária da instituição. Em maio deste ano, o docente teve seu programa Rádio Livre excluído da grade e perdeu o cargo de direção da emissora, segundo ele, após recusar tentativas de censura enquanto esteve no comando da programação.

De acordo com o Relatório Global de Expressão 2022, o Brasil é o terceiro país do mundo que mais perdeu em liberdade de expressão nos últimos dez anos. As violações à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa aumentaram em 2021 segundo a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), que registrou os números de ataques sofridos a pelo menos 230 profissionais e veículos de comunicação. Aumento esse de 21,69% em relação a 2020. Ocorreram ao todo oito atentados, e alguns destes com armas de fogo.

Agência Cariri 

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Vitória Pinheiro e Edwin Carvalho / Agência Cariri